domingo, 31 de julho de 2011

Fuji e Hakone - Parte III

No último dia de viagem, depois de um pequeno-almoço do mesmo género do dia anterior, fizemos check-out do maravilhoso Ryokan, que nos deixou boas recordações e, claro, vontade de voltar.


Depois de mais uma viagem de comboio na linha Hakone Tozan...


No Festival Daimonjiyaki, durante a noite são acendidas fogueiras a formar um Kanji (que significa "grande") na montanha. Trata-se de um memorial aos antepassados.

... seguimos, de autocarro, para o Jardim Botânico de Hakone, onde nos deparámos com imensas espécies vegetais, algumas delas nunca antes vistas!



Cogumelos minúsculos - mais pequenos que uma moeda de 1Yen (equivale ao tamanho de uma moeda de 2 cêntimos)
Cogumelo resguardado na tabuleta :)
"Olha uma ventoinha gigante!!!"

Depois de visitarmos o jardim, um autocarro levou-nos à estação de Fujikyu, no sopé do Monte Fuji. Aqui apanhámos o Fuji-San, um comboio irreverente (reparem na língua de fora!), que personifica o Monte Fuji, cheio de simpática bonecada!



Finalmente o Monte Fuji!
Ao chegarmos à estação de Kawaguchiko, de onde partia o autocarro para regressar a Shinjuku (Tokyo), verificámos que ainda tínhamos algum tempo. Assim, resolvemos visitar o Lago Kawaguchiko e deambular um pouco pela pequena vila com o mesmo nome.



Esta foto tem história. A Lili e o Filipe estavam de joelhos dobrados para conseguirmos enquadrar as flores (a fotógrafa de serviço na altura (Sandra) não é particularmente "uma torre"). No entanto, cada vez que dobravam os joelhos para a foto, dava-nos a todos uma enorme vontade de rir. Portanto, demorou vários minutos a tirar! Mas está bem, não está? E as flores ficaram na foto!!! :)
Ao chegar a Tokyo, deparámo-nos com um acto de magia - uma senhora, com poderes extraordinários, dormitava, nas ruas do nosso bairro, sentada no ar!!!!!! Vejam só (e não houve Photoshop!):

Momento misterioso...

sábado, 30 de julho de 2011

Fuji e Hakone - Parte II

No segundo dia desta maravilhosa viagem despertámos com um simpático mas firme “Ohayou Gosaimasu“ (Bom dia) para nos acordar e “correr connosco“ do quarto para o Onsen enquanto serviam o pequeno-almoço no quarto. Quando voltámos, no lugar dos futons estava uma mesa posta, na qual colocaram imensa comida. A refeição era, então, de acordo com o tipicamente japonês, com direito a sopa de algas, arroz, peixe crú e outras coisas mais ou menos esquisitas (tofú, peixes minúsculos salgados e secos, pickles, omeletes adocicadas, ...) – algumas destas coisas nós não comemos (principalmente a Sandra)... Mas foi uma experiência diferente e extraordinária!


Cheios de energia seguimos para o passeio. Começámos por apanhar o comboio da Linha Hakone Tozan, a primeira linha de comboios de montanha a ser construída no Japão (inaugurada em 1919).

O comboio estava cheio, muito cheio!

A primeira paragem foi no Museu ao Ar Livre de Hakone (Hakone Open Air Museum) que, além de imensa escultura no meio da vegetação, tem um pavilhão do Picasso.




O passe de Fuji-Hakone dava-nos acesso a todos os transportes disponíveis na zona. Portanto, sem custos adicionais, além do comboio e do autocarro que eram necessários para visitarmos os principais pontos de interesse, tivemos direito um troço de funicular e, ainda, a um teleférico panorâmico a uma altitude que metia respeito...


... que nos levou até Owakudani (O Vale do Inferno), conhecido pelas fumarolas sulfurosas e nascentes quentes, onde são cozidos ovos negros. Aqui fizemos um brinde com ovos, que foram alegremente comidos como sobremesa do almoço.



Brinde com ovos negros. Diz-se que quem comer um destes ovos tem mais 7 anos de vida!




Continuámos o caminho até ao Lago Ashi, que percorremos numa réplica do navio sueco do século XVII Vasa (com a diferença que a réplica não afundou ao sair do cais, como o original...).



Ao sairmos do cruzeiro, visitámos o local onde se situava o Posto de Inspecção de Tokaido e Hakone, um importante ponto de cotrolo de tráfego na estrada que ligava Tokyo a Kyoto (Tokaido) na Época Feudal. Hoje em dia existe, no espaço correspondente, uma reprodução bastante fidedigna desta infraestrutura.



Seguimos, por uma alameda de cedros centenários,...




... até à Hakone Shrine onde, além de uma escadaria que vai dar a um templo muito bem conservado, a atracção principal é um Torii à beira da água (que apelidámos de AquaTori).



Aquatori!!!
Ao final do dia apanhámos de novo a linha Hakone Tozan para tentarmos ver a linha de comboio, em especial a enorme quantidade de hortenses que a ladeiam) iluminada. Embora a linha não estivesse iluminada naquela noite (poupança de energia(?)), fomos até à pequena povoação de Gora, onde jantámos num restaurante familiar. Neste local toda a família veio cumprimentar-nos, conversar connosco (dentro das possibilidades do nosso japonês ainda muito limitado) e até tirar fotografias - experienciámos, na primeira pessoa, a tão conhecida hospitalidade japonesa!

"Que Ramen tão grande! Vamos sair daqui a rebolar..."

Depois de tudo isto voltámos ao Ryokan e mergulhámos na água bem quente do Onsen, para relaxar e preparar o corpo para mais uma boa noite de sono.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Fuji e Hakone - Parte I

Durante a visita dos nossos amigos Lili e Filipe fomos passar um fim-de-semana perto do Monte Fuji, na zona de Hakone. Saímos, na Sexta-Feira logo a seguir ao almoço para a estação de Shinjuku, onde todos nos encontrámos para apanhar o "Romance Car" - um comboio que, apesar do nome, não era particularmente romântico mas, para compensar, era muito confortável!


Chegámos a Hakone a meio da tarde, de onde nos dirigimos para o fantástico Ryokan (alojamento tradicional japonês) Fukuzumiro, em Tonosawa. Por este Ryokan, estabelecido em 1890 numa zona de termas alcalinas, já passaram conhecidos escritores, artistas e pensadores japoneses.


Vista do quarto para um pátio interior.

Aqui estivemos em contacto directo com a tradição nipónica. À chegada fizeram-nos descalçar o que trazíamos e calçar uns belos chinelinhos de interior. Curiosamente, nos Ryokans há chinelos próprios para ir à casa de banho.


Depois disso explicaram-nos as regras do estabelecimento, mostrando-nos "os cantos da casa" e levaram-nos ao quarto, onde tínhamos à nossa espera chá e bolinhos tradicionais (massa de arroz e recheio de feijão).


 Tivemos, também, direito a Yukatas (Kimonos de Verão), para usarmos durante a estadia! É claro que as vestimos logo e não quisemos tirá-las - fomos dar o passeio de fim de tarde e jantar com elas vestidas (os sensatos Lili e Filipe decidiram manter a roupa normal). Passámos um pouco de calor (embora moderado)!



Depois de jantar um Ramen (no caso dos senhores, acompanhado de Saké) num restaurante tradicional...



Reacção ao Sake local.


... dirigimo-nos ao Ryokan, onde ainda nos divertimos a explorar as instalações...


 ... e tomámos um relaxante banho no Onsen, onde apenas o Gonçalo experimentou a maravilhosa sensação de mergulhar numa mini-piscina de água termal escaldante (embora apenas por dois minutos).

No nosso quarto que tinha, claro, chão tradicionalmente japonês (piso de Tatami, que consiste em palha de arroz prensada revestida com esteira de junco), tinham sido cuidadosamente colocados quatro dos futons mais confortáveis onde dormimos até hoje!