quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Kyoto - Parte I

Seguindo à risca o ditado "Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer", levantámo-nos às 5 da manhã e apanhámos o primeiro metro da linha Tozai até à estação central de Tokyo. Daqui embarcámos no primeiro Shinkansen (comboio-bala) do dia. Embora existam muitos comboios Shinkansen a operar no Japão, o que nos levou a Kyoto era dos mais recentes e rápidos (Série N700, com velocidade máxima de 300Km/h).


Por dentro parecia um avião, com a diferença de que havia bastante mais espaço para as pernas!


Duas horas e onze minutos depois, e percorridos 512 quilómetros, chegámos a Kyoto. Fomos logo ao Ryokan que, ao contrário do de Hakone, era um pitoresco alojamento familiar. Aqui, os donos do negócio vivem no mesmo edifício que recebe os hóspedes.


Depois de deixarmos as malas seguimos para o passeio. Estava muito - mas muito! - calor, potenciado por um "ligeiro" erro de percepção relativamente às distâncias em Kyoto que, no mapa, pareciam bem mais pequenas! Como decidimos andar a pé, ainda sofremos "um pouco" para chegar ao primeiro destino, o Templo Kiyomizu-dera.


"Uffff, sombra!"
Antes de chegarmos ao templo: construção em torno da natureza - Made in Japan ®!
Suportes "gigantes" do templo.
Embora o Kiyomizu-dera, actualmente Património Mundial da UNESCO, tenha sido originalmente fundado em 798, a sua reconstrução data do século XVII. Deve o seu nome a uma cascata que corre dentro do complexo do templo - Kiyomizu significa "água pura". Curiosidade: o templo principal do Kiyomizu-dera não tem um único prego, embora seja suportado por uma estrutura de madeira de dimensões respeitáveis.





"Já viste este tronco? Mas olha bem para este tronco!"
Saímos do complexo do templo para Higashiyama, uma zona onde são feitos todos os esforços para manter as características tradicionais. Neste bairro de ruas estreitas, ladeadas por edifícios de madeira com lojas tradicionais e pequenos restaurantes, o tempo parece ter parado algures no século XVII.



Sim, descalçámo-nos e refrescámos os pés antes de continuar!... Hmmm, água fresca!
Seguimos para o Castelo Nijō. Construído em 1603, foi a residência do primeiro Shogun (supremo líder militar) do Período Edo. Para além da já habitual beleza deste tipo de complexos japoneses, com os seus edifícios e jardins, achámos particularmente interessante o "pavimento de rouxinol" no interior de um dos edifícios principais. Onde aparentemente existe um convencional chão de madeira, foi construída uma estrutura com pregos colocados de forma a sofrerem fricção sob o peso das pessoas, produzindo um chiar metálico que sinalizava a presença de intrusos. Cerca de quatro séculos depois, confirmámos o "canto do rouxinol" sob os nossos próprios passos!

Jardins do complexo do castelo.

Entrada para uma citadela mais interior.
Zona interior da citadela.
"Chão de rouxinol" visto de fora do edifício.
Não pudemos, claro, deixar de visitar uma das principais atracções de Kyoto: o Kinkaku-ji (Pavilhão Dourado), que remonta ao século XIV. Os dois pisos superiores deste templo Zen Budista são revestidos de folha de ouro puro, o que dá a este edifício um brilho que contrasta com o jardim circundante, tornando o local num dos mais famosos ícones da cidade de Kyoto e do Japão.



Colina acima localiza-se o Templo Zen Ryoanji, onde se encontra o jardim de pedras mais famoso do Japão. Numa varanda de madeira onde nos podemos sentar, é-nos encorajada a reflexão no sentido de criar uma interpretação pessoal das pedras aqui dispostas. Algumas das nossas interpretações passaram pelas etapas do desenvolvimento pessoal e social.


Encontrámos destes tapetes de musgo em vários locais. Achámos este especialmente impressionante!
De regresso ao centro de Kyoto, entre espaços mais fechados e tradicionais...

Rua "atarracada" de bares minúsculos, com capacidade para cerca de 3 ou 4 pessoas.
... e outros mais abertos e modernos!


E acabámos a primeira noite a assistir a um espectáculo de luz, música e água.


À nossa espera, no Ryokan, estavam - claro! - as típicas Yukatas!


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