sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Kyoto - Parte III

Começámos o terceiro dia por assistir o Yamaboko Junkō. Trata-se do culminar do Gion Matsuri e consiste no desfile de dois tipos de carros alegóricos: Yama e Hoko. Os Yama são os carros mais pequenos, pesando dez vezes menos que os Hoko, que facilmente chegam a doze toneladas.

Carro Yama.
Carro Hoko.
Foi decretado como um evento anual em 970, como um ritual religioso para acalmar a ira das divindades responsáveis pelas catástrofes naturais. Mais de dez séculos depois, continua a realizar-se anualmente.

Reúnem-se milhares de pessoas (principalmente japoneses, de diversas partes do país), para assistir a este espectáculo. Vêem-se também, claro, estrangeiros curiosos como nós. Os hotéis de Kyoto enchem nesta altura do ano e paira no ar um ambiente festivo. As ruas ficam completamente cheias de japoneses animados e as pessoas debruçam-se nas varandas dos edifícios para ver a procissão passar, sempre ao som da animada música tradicional.


Para os carros alegóricos Hoko é difícil fazer a curva. São colocadas canas de bambú cortadas ao meio sob as rodas do carro, sendo este puxado perpendicularmente.
As pessoas que aqui se vêem estavam a utilizar os fios que tinham nas mãos para produzir música.
No topo deste carro Hoko está o pagem sagrado, coroado por uma fénix dourada. Trata-se de uma criança pertencente a uma família de mercadores de Kyoto que é escolhida para desempenhar este papel e que, para tal, é submetida a várias semanas de purificação.
Continuava muito calor em Kyoto. Para ajudar a aliviar esta sensação, foram colocados na rua grandes vaporizadores de água. Tão bom!

Aqui estão alguns vídeos do Yamaboko Junkō:



 

À tarde decidimos visitar o Castelo de Himeji. Situado no alto de uma colina, é o maior dos 12 castelos feudais que ainda existem no Japão. Devido às paredes caiadas, é conhecido pelos japoneses como "garça branca". A sua arquitectura, outrora centrada na funcionalidade militar, evoluiu para linhas mais graciosas ao ser construída a torre principal, em 1609, para dar ênfase ao poder do Xogum. Foi classificado pela UNESCO como Património da Humanidade.




Ao avistarmos o castelo ao longe, sentimo-nos um pouco desiludidos - estava em obras!

No Japão há mascotes para tudo - esta é a do Castelo Himeji. Sim, até nos pinos aparece!

Mas decidimos visitar na mesma... E não nos arrependemos!

Simpáticos senhores com verdadeiro espírito samurai - e não só pela roupa!...


Corredores no interior do castelo.

Aposentos da princesa Sen (Senhime), filha do Xogum Tokugawa Hidetada e neta do primeiro Xogum, Tokugawa Ieyasu. Esta princesa tem uma história trágica. Casou aos sete anos de idade e ficou viúva aos 19, no contexto do ataque ao castelo de Osaka, onde vivia. O avô transferiu-a para este castelo, onde viveu após novo casamento, do qual resultaram dois filhos. Um dos filhos morreu aos três anos e, cinco anos depois, a princesa perdeu a mãe e o marido. Após estes acontecimentos, converteu-se em freira budista (o conceito existe!) e mudou-se para Tokyo.

Armaduras Samurai em exposição no castelo.
À boa maneira japonesa, as obras são levadas muito a sério. Foi construído um edifício à volta da torre em obras - assim, o público pode visitar o castelo durante os 5 anos de restauro. Além de podermos ver o trabalho de restauro, aprendemos imenso sobre as técnicas e os materiais usados na construção e até sobre a história do castelo. É possível subir ao topo do edifício de suporte (que é climatizado e tudo!), de onde se tem uma vista bastante agradável sobre os jardins do castelo e a cidade de Himeji.





2 comentários:

  1. Vocês fotografaram mesmo aquelas mulheres no castelo/palácio?

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  2. A-ha! Sofia, acabaste de confirmar que as réplicas das senhoras japonesas estão muito fidedignas :) Realmente com as roupas e tudo, quase parecem reais!

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