quarta-feira, 23 de março de 2011

Gastronomia Japonesa PT II: Sushi (First Contact)!

Para nos redimirmos da vergonha de ainda não termos provado sushi japonês quando reportámos os primeiros convívios com a gastronomia nipónica, podemos dizer-vos com todo o orgulho que já provámos sushi neste belo país!
Comprámos então, num mini-mercado perto do local de trabalho, duas caixinhas de sushi...


... com um aspecto delicioso...

Sushi #1 com aspecto delicioso
Sushi #2 com aspecto delicioso
... que, felizes da vida, nos apressámos a provar (depois do momento fotográfico, é claro)!


Só que......
... o Sushi #1 era de salmão e, mesmo assim, não conseguia obter uma classificação superior a "OK". Por sua vez, o outro (Sushi #2) era absolutamente intragável!!!

O Gonçalo ainda conseguiu, a muitíssimo custo, comer uns 4 rolinhos. Mas a Sandra, só com o aspecto filamentoso e o cheiro emanado pela substância (na altura desconhecida), desistiu de ingerir tal alimento!...

Conclusão 1: não comprar sushi no mini-mercado.
Conclusão 2: a substância do Sushi #2 é natto. Tivemos esta revelação em conversa com colegas de trabalho que, quando descrevemos o cheiro e textura, de imediato fizeram uma careta e disseram "isso é natto!!!", mostrando logo de seguida algumas imagens como esta:

Natto
Falemos então um pouco deste alimento. Segundo a Wikipedia:

"(...) o natto é único devido ao seu poderoso cheiro, sabor forte e consistência pegajosa."
"O natto tem um aroma característico que alguns acham repulsivo. Mas a soja viscosa é nutritiva."
"(...) existe no mercado o natto inodoro, para quem deseja evitar o cheiro."
"(...) os inconfundíveis fios de natto (...) podem ser esticados até 6 metros."

Nham nham!...

... Não!

Bom, depois de uma bela lição sobre mais uma peculiaridade da cozinha japonesa sentimo-nos motivados a não voltar a comprar sushi no mini-mercado e...
... a ir a um sushi-bar comer sushi como deve ser - sem natto!

Akihabara - A Cidade Eléctrica

Akihabara fica no centro de Tóquio e a uma distância de 15-20 minutos a pé do NII (National Institute of Informatics).

Chegada a Akihabara (de Jimbocho)
Ruas de Akihabara
Esta zona é famosa pela quantidade astronómica de estabelecimentos onde se vendem produtos electrónicos. Variam desde sofisticadas lojas de 6 andares onde se vende material informático e electrodomésticos até pequenas bancas de rua (ou galerias) onde são comercializados todos os tipos de componentes electrónicos para a construção de circuitos integrados.

Loja de electrodomésticos (Reparem, mesmo à entrada, nas máquinas para fazer arroz!)
Na cave da mesma loja, computadores portáteis
Transformadores com um aspecto mais "duvidoso"

O mercado onde se encontram as pequenas bancas de que falámos acima corresponde a uma zona onde surgiu um mercado negro durante a Segunda Guerra Mundial, onde eram vendidas peças de rádio. Desta tradição resta apenas o nome, Radio Market, e uma ligeira (ou não tão ligeira) obsessão por walkie-talkies.

Walkie talkies à venda no Radio Market, Akihabara
Hoje em dia vende-se neste mercado um pouco de tudo o que é electrónico. Vêem-se artigos como câmaras de segurança, mini-televisões e transformadores de todos os tipos (foi aqui que o Gonçalo comprou um novo transformador para o portátil, já que se tinha esquecido do original em Portugal). Mas o que mais nos chamou a atenção foram as bancas, alinhadas em pequenas ruelas, onde são comercializadas centenas de chips de todas as formas e feitios, condensadores, transístores e dezenas de outros componentes electrónicos.


De acordo com o que lemos, a zona de Akihabara tem, na sua totalidade uma extensão comparável à da Avenida da Liberdade. Contudo, os edifícios são "um pouco" diferentes, como vêem - a luz e a cor são impressionantes, convidando japoneses e estrangeiros a fazer uma (sempre interessante) visita!

terça-feira, 22 de março de 2011

Ueno Parte II

Voltámos à zona de Ueno no dia seguinte à visita ao mercado de Ueno, para vermos tudo o que a ausência de luz solar nos impediu de ver... Ou seja, os jardins!

Depois de um almoço no MacDonalds [Gonçalo] / uma sandes e um chocolate (viva a normalidade!) [Sandra], seguimos então para os jardins de Ueno onde, logo à entrada do primeiro templo, um simpático japonês nos tirou uma fotografia.


Ao passearmos pelo parque aprendemos um pouco da sua história. Este parque situa-se no local onde outrora se encontrava o templo de Kaneji, um dos maiores e mais ricos templos da cidade. No entanto, durante a Guerra Civil de 1868, foi praticamente destruído, dando lugar à construção de um dos primeiros parques ao estilo ocidental. Da sua história resta uma estátua do General Saigo Takamori, que lutou na batalha de Ueno.

General Saigo Takamori
Como sempre, deparámo-nos com um pitéu curioso: espirais de batata! Este petisco consiste basicamente numa batata, que é cortada em forma de espiral, ainda com a casca, e frita. Claro que, à boa maneira japonesa, é apresentada numa espetada!


Este parque é muito frequentado por japoneses, sozinhos ou acompanhados. Existe um grande lago com imensos barcos e gaivotas, onde as pessoas passam um domingo descontraído.

No meio do lago localiza-se o templo dedicado a Bentendo, a deusa da "Prosperidade, Riqueza, Música e Conhecimento".


Também em Ueno existe uma avenida de Sakuras (cerejeiras em flor), onde na altura da Primavera existe, todos os dias, um jantar à luz das lanternas típicas japonesas, em que qualquer pessoa pode participar - basta aparecer!

Avenida de Sakuras
Neste parque existe um outro templo, com uma entrada realmente imponente, que consiste numa fileira de pequenos Toris vermelhos.


No meio de toda esta cultura e misticismo, os vossos amigos não podiam deixar de aproveitar para absorver tudo ao mais ínfimo detalhe. Provas? Ei-las! :)


E foi neste contexto que nos auto-entitulámos de "narigudos"... Pois é, sempre a meter o nariz!

Ao encontrarmos o grande rosto de um Buda, questionámo-nos acerca da sua história. A posteriori descobrimos que corresponde a uma estátua completa de que, após um terramoto em 1647, apenas resta a face!


Mas os monumentos não acabam aqui! Ao lado de um templo (em restauro), encontrámos uma bonita pagoda que, embora não se note aqui (é inteligente ter as fotos pequenas, não é?) também precisava de umas pequenas obras!...

Pagoda
Templo em restauro (reparem que a parte de trás é uma tela com uma representação do templo original)

Mercado de Ameyoko (Ueno)

Segundo se lembram do nosso último post, depois de Asakusa seguimos a pé para a zona de Ueno. Gostamos de evitar o metro, e não é só por forretice!... A verdade é que acabamos por mais facilmente encontrar à superfície relíquias como...

... lojas com armas tradicionais japonesas...


... templos grandiosos mas infelizmente nem todos em perfeitas condições de conservação...


... e outros templos que, embora secundários, são autênticas pérolas... Uma curiosidade interessante é que era muito comum para os japoneses, há alguns séculos atrás, mover os templos de um local para o outro.

Um outro templo no meio da cidade.
Sino em cobre
Papéis com pedidos aos deuses Xintoístas num "templo do dia-a-dia". Na falta de placas de madeira, os japoneses colocam papéis correspondentes aos seus pedidos e atam-nos às árvores.

Uma vez em Ueno, ficámos boquiabertos com a quantidade de pessoas que andam nas ruas, comparável à zona de Shibuya.


Não pudemos deixar de visitar o interior da estação de Ueno, uma das mais importantes da cidade. Verificámos que o aspecto está totalmente em conformidade com esse estatuto!...


Depois de visitarmos a estação, deambulámos um pouco pelas ruas, atraídos pelo movimento. Foi assim que chegámos ao Mercado de Ameyoko, um mercado movimentado ao longo da linha de comboio de Yamanote, onde na altura de Segunda Guerra Mundial surgiu um mercado negro.

Foi neste mercado que comemos espetadas de abacaxi que nos fizeram reduzir um pouco as saudades de fruta. De facto, aqui vende-se de tudo: peixe fresco, algas, ovas, fruta fresca e seca, especiarias, roupa e calçado, entre outros.

Peixe (fresco e seco) e ovas
Algas frescas

Depois de um dia cheio de experiências, apanhámos o metro para regressar a casa, já que o facto de escurecer cedo nos impediu de visitar o parque de Ueno e os seus templos.


Voltámos, claro, no dia seguinte...

Asakusa


Em conversa com uma moradora de Tóquio, a Aiko, namorada do nosso amigo Eurico, foi-nos sugerido que visitássemos a zona de Asakusa. Assim, no sábado do nosso segundo fim-de-semana em Tóquio, metemo-mos no metro e lá fomos nós!...

Ao sairmos da estação, vimos de imediato o edifício mais alto de Tóquio, a Tokyo Sky Tree, impressionante pelo facto de ser o edifício mais alto do Japão.


Continuando na direcção do templo e, enquanto procurávamos sítio para almoçar (acabámos por ir parar ao belo Mos Burger) reparámos, deliciados, na forma como os japoneses tratam das árvores, para que fiquem com a forma que associamos aos Bonsais. Na verdade, praticamente todas as árvores são tratadas assim neste país!


Nesta zona, vimos pela primeira vez os fantásticos Carrinhos de Passeio (ou Riquixá [que nome bonito!]), que curiosamente foram proibidos em vários países da Ásia devido aos numerosos acidentes!


Continuando na direcção do templo, deparámo-nos com esta entrada majestosa:


Depois de passarmos a entrada, e até ao templo principal, existe uma rua repleta de pequenas lojas, onde se vende de tudo - desde os eternos souvenirs (como pins, canecas e mini-templos-magnéticos-para-o-frigorífico) até aos chocolates e outros tipos de doces, artefactos para o chá (bules e taças) e pauzinhos para comer (chopsticks).


Como vêem, não são só os turistas a frequentar esta zona. Aliás, os estrangeiros são bem mais raros que os japoneses, mesmo em zonas turísticas como esta!


Algo que achámos curioso nesta rua foi uma loja dedicada à venda de Sake e bolinhos. Devido ao imenso movimento na rua, era pedido aos turistas que consumissem em frente à loja os produtos que tinham acabado de adquirir.

Venda de Sake quente
Depois de percorrermos esta rua e de provarmos os doces desta loja, chegámos ao templo principal, o templo de Sensoji.

Entrada do templo
Átrio do templo (Ao fundo, o Templo de Sensoji)
Segundo a lenda, dois irmãos pescaram do rio Sumida, no ano 628, a estátua de Kannon, a deusa da misericórdia e, embora tentassem devolvê-la sempre ao rio, esta voltava a parar-lhes sempre às mãos (ninguém nos explicou como...). Este templo foi construído em honra a essa deusa. A sua construção foi terminada em 645, sendo o templo mais antigo de Tokyo, embora tenha sido reconstruído após os bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial, que o deixaram severamente destruído...

Além do templo de Sensoji, nesta zona encontram-se alguns templos secundários, como por exemplo o de Yakusi-Do (templo em honra ao Curandeiro de Almas).

Como templos Budistas, não podiam deixar de estar presentes os Budas. Neste templo encontramos estátuas aos Budas da Sabedoria e, claro, da Misericórdia (Kannon).
Buda da Sabedoria (esquerda) e Buda da Misericórdia (Direita)
O nosso fascínio não termina aqui! Ainda na zona dos templos, existe uma Pagoda com 5 níveis, com um aspecto impressionante:




Outro dos acessos à zona dos templos, pelo qual saímos, consiste numa rua com barraquinhas de comida, onde se vendem espetadas de carne, doces feitos na hora, banana coberta com chocolate, crepes recheados com vegetais, snacks de polvo, outras espetadas péssimas de ingredientes desconhecidos e talvez um pouco duvidosos, maçarocas de milho e outras iguarias apetecíveis ou nem tanto :)
E, mesmo quando estávamos a sair, encontrámos um pequeno grupo de japonesas vestidas com Kimonos. É claro que quisemos fotografá-las, embora discretamente. Ao aperceber-se da nossa tentativa de as fotografar, uma simpática rapariga do grupo chamou as amigas para todas tirarem uma fotografia!

Daqui seguimos a pé para a famosa (e movimentada!) zona de Ueno...