segunda-feira, 23 de maio de 2011

Macau

Depois das consequências do sismo em Fukushima, e para evitar problemas e preocupações relacionados com a questão da central nuclear, decidimos voltar a Portugal. No entanto, toda a gente teve a mesma ideia (porque será? :) ) e os voos estavam, além de lotados, caríssimos. Só para terem ideia, um voo (de ida e volta) custa normalmente cerca de 800euros e, nesta altura, só o voo de regresso, custava 6000euros. Pouca coisa...

Assim sendo, e depois de alguma pesquisa, decidimos voltar a Portugal via Macau. Chegamos à noite ao Aeroporto de Macau, e porque vínhamos do Japão, fomos verificados, junto com os restantes passageiros do nosso voo, através de contadores Geiger. Embora tenha sido um pouco assustador (tipo documentário de Chernobyl ao vivo), felizmente ninguém teve problemas quanto à radioactividade.

Depois de uma noite tranquila no Hotel Sun-Sun, saímos para almoçar e, claro, aproveitar o facto de que o voo de regresso a Portugal era apenas no dia seguinte, para passear e conhecer. Assim, os dois estrangeiros esfomeados que dormiram até tarde entraram no primeiro "Estabelecimento de Comidas" (é assim que eles lhes chamam)...


... que encontraram e pagaram uma fortuna pelo almoço: 15 Patacas, o que corresponde à avultada quantia de 1.29 euros. Arruinámos-nos mas tivemos direito a estas belas cornucópias:

 

 Uma vez nutridos, seguimos o percurso correspondente ao Património Mundial que tínhamos num panfleto que nos deram no hotel e deparámo-nos com edifícios de forte influência portuguesa, além de repararmos nas bilingues paragens de autocarro e tabuletas nas ruas que nos fizeram sentir um pouco mais perto de casa.
No entanto, este sentimento foi apenas um sentimento. Não encontrámos um único macaense que entendesse ou falasse português.

 
 
 

Uma das atracções que mais nos agradaram em Macau foi o templo budista A-Ma. Trata-se de um complexo que ocupa uma colina rochosa, tendo sido construído na mesma. No fundo, o templo acaba por estar integrado na rocha.

 
 
 
 

Infelizmente, não é tudo assim em Macau. Muitos prédios de habitação estão bastante deteriorados (como o Gonçalo diz, "barracas em ponto grande") e têm grades a libertar ferrugem nas janelas desde o rés-do-chão até ao piso mais elevado, mesmo que este seja o vigésimo andar!... Isto faz com que as ruas tenham um ar feio, sujo e gasto.


 

Durante os nossos passeios, encontrámos alguns petiscos peculiares - por exemplo, é muito frequente encontrar tentativas (não muito bem sucedidas ou mesmo falhadas) do nosso Pastel de Nata. Além disso, fazem-se uns cozinhados "duvidosos" nas ruas de Macau, que consistem em colocar num estranho caldo todo o tipo de ingredientes, desde cogumelos e batatas a tripas de animais desconhecidos! Apesar de partilhar o caldo com as tripas, o Gonçalo quis uns cogumelos cozinhados desta forma... Duas vezes! ("E estavam "muita" bons, embora depois o cheiro do caldo............")

 


Esta cidade é conhecida pela grande quantidade de casinos. Como era tarde, jantámos num (lembram-se quão barata e a comida em Macau? Mesmo sendo cerca de 10 vezes mais cara uma refeição num casino, mesmo assim era barato). Aqui provámos o pior Ramen até à altura e uma sandes com língua fatiada (é claro que a língua ficou de lado!), seguindo para a visita do maior casino: o Casino Grande Lisboa.

 
 
 

Embora ainda estivéssemos numa zona da Ásia relativamente perto do Japão, já se sentiam bastantes diferenças, não só a nível arquitectónico, mas também a nível cultural, reflectindo-se numa menor simpatia e civismo.

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