terça-feira, 24 de maio de 2011

Hong Kong

Para voltarmos a Lisboa, tínhamos de apanhar um voo de Hong Kong, com escala em Istambul. Assim, visto que estávamos em Macau, foi simples chegar a Hong Kong: existem Ferrys de 15 em 15 minutos entre as duas cidades. Dada a falta de charme de Macau, o fácil acesso a este local deve-se à quantidade astronómica de Casinos onde os Chineses mais abastados aproveitam para gastar as suas fortunas, já que é o jogo é proibido no resto da China.


Uma vez em Hong Kong, com uma tarde para conhecer a cidade, rapidamente reparámos na influência britânica (os ingleses entregaram Hong Kong à China em 1997, pouco antes de nós entregarmos Macau (1999)).


Muito menos ingleses são os inúmeros arranha-céus presentes em toda a cidade.


Apesar dos elementos britânicos e dos arranha-céus, há sempre espaço para a religião: encontrámos um pitoresco templo budista encaixado no meio dos prédios:


Ao anoitecer, e para termos uma vista panorâmica sobre o espectáculo de luzes que é Hong Kong, fomos a uma das principais atracções: o Peak Tram. Trata-se de um funicular que sobe uma das encostas íngremes da cidade, com uma extensão de 1.4 km e uma diferença de altura de 400 metros, com uma inclinação que varia dos 4 aos 27 graus. Confirmamos que é impressionante!

Linha do Peak Tram (não temos fotos melhores do Funicular em si...)

Finalmente apanhámos um comboio para o aeroporto. Este aeroporto é simplesmente um dos maiores que já vimos - tão grande que, devido ao tempo que demorámos a chegar à porta de embarque, tínhamos assistentes de voo à nossa procura, que nos mandaram correr para apanhar o voo!...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Macau

Depois das consequências do sismo em Fukushima, e para evitar problemas e preocupações relacionados com a questão da central nuclear, decidimos voltar a Portugal. No entanto, toda a gente teve a mesma ideia (porque será? :) ) e os voos estavam, além de lotados, caríssimos. Só para terem ideia, um voo (de ida e volta) custa normalmente cerca de 800euros e, nesta altura, só o voo de regresso, custava 6000euros. Pouca coisa...

Assim sendo, e depois de alguma pesquisa, decidimos voltar a Portugal via Macau. Chegamos à noite ao Aeroporto de Macau, e porque vínhamos do Japão, fomos verificados, junto com os restantes passageiros do nosso voo, através de contadores Geiger. Embora tenha sido um pouco assustador (tipo documentário de Chernobyl ao vivo), felizmente ninguém teve problemas quanto à radioactividade.

Depois de uma noite tranquila no Hotel Sun-Sun, saímos para almoçar e, claro, aproveitar o facto de que o voo de regresso a Portugal era apenas no dia seguinte, para passear e conhecer. Assim, os dois estrangeiros esfomeados que dormiram até tarde entraram no primeiro "Estabelecimento de Comidas" (é assim que eles lhes chamam)...


... que encontraram e pagaram uma fortuna pelo almoço: 15 Patacas, o que corresponde à avultada quantia de 1.29 euros. Arruinámos-nos mas tivemos direito a estas belas cornucópias:

 

 Uma vez nutridos, seguimos o percurso correspondente ao Património Mundial que tínhamos num panfleto que nos deram no hotel e deparámo-nos com edifícios de forte influência portuguesa, além de repararmos nas bilingues paragens de autocarro e tabuletas nas ruas que nos fizeram sentir um pouco mais perto de casa.
No entanto, este sentimento foi apenas um sentimento. Não encontrámos um único macaense que entendesse ou falasse português.

 
 
 

Uma das atracções que mais nos agradaram em Macau foi o templo budista A-Ma. Trata-se de um complexo que ocupa uma colina rochosa, tendo sido construído na mesma. No fundo, o templo acaba por estar integrado na rocha.

 
 
 
 

Infelizmente, não é tudo assim em Macau. Muitos prédios de habitação estão bastante deteriorados (como o Gonçalo diz, "barracas em ponto grande") e têm grades a libertar ferrugem nas janelas desde o rés-do-chão até ao piso mais elevado, mesmo que este seja o vigésimo andar!... Isto faz com que as ruas tenham um ar feio, sujo e gasto.


 

Durante os nossos passeios, encontrámos alguns petiscos peculiares - por exemplo, é muito frequente encontrar tentativas (não muito bem sucedidas ou mesmo falhadas) do nosso Pastel de Nata. Além disso, fazem-se uns cozinhados "duvidosos" nas ruas de Macau, que consistem em colocar num estranho caldo todo o tipo de ingredientes, desde cogumelos e batatas a tripas de animais desconhecidos! Apesar de partilhar o caldo com as tripas, o Gonçalo quis uns cogumelos cozinhados desta forma... Duas vezes! ("E estavam "muita" bons, embora depois o cheiro do caldo............")

 


Esta cidade é conhecida pela grande quantidade de casinos. Como era tarde, jantámos num (lembram-se quão barata e a comida em Macau? Mesmo sendo cerca de 10 vezes mais cara uma refeição num casino, mesmo assim era barato). Aqui provámos o pior Ramen até à altura e uma sandes com língua fatiada (é claro que a língua ficou de lado!), seguindo para a visita do maior casino: o Casino Grande Lisboa.

 
 
 

Embora ainda estivéssemos numa zona da Ásia relativamente perto do Japão, já se sentiam bastantes diferenças, não só a nível arquitectónico, mas também a nível cultural, reflectindo-se numa menor simpatia e civismo.

domingo, 22 de maio de 2011

Nagano

Depois de vermos os Macacos da Neve, ainda nos sobrou algum tempo para passear em Nagano. É conhecida pelos Jogos Olímpicos de Inverno de 1998 mas o que nos deixou mais impressionados foi o facto de ser muito acolhedora e de ter uma zona histórica fascinante.

Começamos pela imponente entrada, rodeada por casas tradicionais japonesas que nos fazem lembrar os tempos dos Samurais.


Esta zona engloba o Templo de Zenko-Ji, um ponto de interesse que remonta ao século VII e é a maior estrutura de madeira do Japão Oriental.

Logo à entrada há um grande portão, o de Niōmon...


... seguido de um ainda maior, o portão de Sanmon, com estátuas budistas e uma placa com caligrafia do Príncipe Imperial, ao centro.

Destacam-se ainda as estátuas dos Rokuizo, seis divindades budistas responsáveis pelos diferentes planos espirituais: inferno, fome, bestas, carnificina, seres humanos e seres divinos.


Em frente às estatuas, encontra-se uma zona senhorial.


E finalmente o edifício principal: Zenkō-ji Hondō, onde têm lugar os rituais religiosos.


Reparem na Cruz Suástica. Na religião Budista, esta cruz é o símbolo do sol, representando um sinal de boa sorte. É frequentemente utilizada nas fachadas dos templos e, sempre que se pretende marcar num mapa um templo Budista, utiliza-se a Cruz Suástica:

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Uma curiosidade: o símbolo Nazi consiste numa derivação desta cruz, mas em que os braços estão orientados no sentido contrário - quanto ao significado, todos sabemos...

sábado, 21 de maio de 2011

Macacos da Neve (Nagano)

Num belo Domingo, levantámo-nos às 5 da manhã (mais uma vez) e fomos a Shinjuku apanhar o autocarro para Nagano.

Os bilhetes originais para esta viagem (que estava programada para o dia do mercado do peixe, como se lembram) só foram comprados devido à simpatia e boa vontade de um amável japonês. Uma vez que o nosso vocabulário de Kanjis se restringia a 3 caracteres ou algo do género, a compra dos bilhetes em máquinas automáticas sem tradução para inglês é .... digamos... impossível. Para tentarmos não ir parar à Coreia, pedimos ajuda a um senhor com aspecto executivo que esteve cerca de meia hora a ajudar-nos, com toda a paciência, e que chegou, inclusivé, a dar o seu próprio contacto na compra dos bilhetes. Tão simpático era que, mesmo depois de nos ajudar durante tanto tempo, ainda foi connosco a conversar na rua.

Em Nagano, fomos ajudados no Posto de Turismo por uma senhora que nos deu todos os detalhes acerca de como apanhar o autocarro para os Macacos da Neve sem proferir uma única palavra de inglês mas com o à-vontade de quem já o fez vezes sem conta como forma de compensar a barreira linguística. Uma vez no autocarro, ao chegarmos ao Parque dos Macacos, o motorista exibiu a típica simpatia japonesa ao sair do autocarro connosco apenas para nos indicar o caminho certo (com os outros passageiros lá dentro à espera)!

O percurso até ao Parque dos Macacos é pouco mais de dois quilómetros...


 ... mas é um caminho fantástico: estreito, rodeado de árvores (cheias de neve) e propositadamente rústico.


Os macacos estão numa zona de nascentes sulforosas quentes, onde se banham, em especial quando rodeados de neve. Vejam as fotos!