No segundo dia em Nikko fizemos a rota histórico-religiosa:
"Há mais de 1200 anos, o notável monge budista Shodo Shonin atravessou o rio Daiya a caminho do monte Nantai e fundou o primeiro templo em Nikko. Séculos mais tarde, Nikko era já um reconhecido centro religioso Budista-Xintoísta, e o chefe militar Tokugawa Ieyasu escolheu o local para erguer o seu mausoléu. Quando, em 1634, o seu neto Iemitsu mandou construir o mausoléu santuário de Tosho-gu, pretendia demonstrar o poder e riqueza do clã Tokugawa. Desde então, Nikko (
日光), escrito com caracteres que significam "luz do sol", tornou-se um dos símbolos do esplendor japonês."
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Começámos por passar pela ponte de Shinkyo, onde (diz a lenda) o monge Shodo Shonin passou o rio sentado sobre duas enormes serpentes.
Entrámos na zona do Santuário de Tosho-gu, que é património mundial da UNESCO.
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Gonçalo junto ao templo de Shihonryu-ji, atualmente denominado Rinno-ji, o primeiro templo fundado em Nikko, por Shodo Shonin, em 766. |
Tokugawa Iemitsu não olhou a custos para construir o mausoléu-santuário Tosho-gu em honra do seu avô Ieyasu. Como resultado, este santuário contém elementos extravagantes, refletidos nas principais atrações que visitámos. Ieyasu (1543-1616) fundou a dinastia Tokugawa, que governou o Japão por mais de 250 anos. Apesar de ser originário de uma família nobre pouco importante, devido às suas capacidades de estratégia e astúcia política conseguiu (embora apenas aos 60 anos de idade) ascender a Xógum. Na altura a capital do Japão era Kyoto, mas Ieyasu moveu-a para a então pouco desenvolvida cidade de Edo, agora Tokyo. É na torre do tesouro deste sumptuoso santuário que se encontram as cinzas de Ieyasu.
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Pagoda de cinco andares. Cada um destes andares representa, por ordem ascendente, terra, água, fogo, ar e céu. |
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Estábulo sagrado. Este famoso edifício de madeira não pintada tem várias esculturas. Numa das principais, três macacos sábios ensinam que as crianças não devem ver, dizer ou ouvir qualquer maldade. |
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Porta Yomeimon, considerada uma das estruturas mais ornamentadas de todo o Japão. Uma das doze colunas foi esculpida de pernas para o ar, propositadamente para evitar enfurecer espíritos invejosos. |
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Pormenor das ornamentações da Porta Yomeimon. |
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Biblioteca com escrituras budistas (à esquerda) e torre do tambor. Esta torre simboliza o nascimento / o positivo e faz par com uma outra, simetricamente colocada no templo, a torre do sino, que representa a morte / o negativo. Sempre o yin e o yang :) |
Seguimos para o santuário Futarasan. Também fundado por Shodo Shonin, em 782, é dedicada aos três deuses dos montes sagrados de Nikko.
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Entrada do santuário Futarasan. |
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Dentro de um dos templos do santuário Futarasan. |
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Love tablet no santuário Futarasan :) |
Seguimos para o santuário Taiyuin-byo. Este santuário destaca-se por ser o mausoléu do Tokugawa Iemitsu (1603-1651). Foi este o Xógum que fechou o Japão ao comércio com o estrangeiro, que isolou o país do mundo por 200 anos. É do outro lado da última porta deste templo que se encontra o túmulo de Iemitsu. A entrada principal do santuário é guardada em ambos os lados pelo deus guerreiro Nio.
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A fonte de granito tem um dragão pintado no teto do seu telhado que por vezes é refletido na água da fonte. |
Durante a nossa visita, mais uma vez começou a chover. Abrigámo-nos num dos altares budistas, o Haiden.
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Chuva no altar budista Haiden, com vista para o altar dourado Honden. |
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Aventurámo-nos na chuva para observar e fotografar a porta Kokamon em estilo chinês da dinastia Ming. |
Dirigimo-nos, finalmente, para a zona de Kanman-ga-fuchi, já fora da área do santuário Tosho-gu. Aqui percorremos parte de um trilho de caminhada com vista para as lagoas no leito do rio, formadas pela erosão de torrentes de lava resultantes de uma erupção do Monte Nantai.
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A caminho encontrámos um besouro verde! |
Este local é conhecido também pela fila de setenta estátuas de pedra de Jizo, uma das divindades mais adoradas no Japão, que representa a compaixão e a salvação universal.
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