quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Omiya - A Aldeia dos Bonsais

Um belo fim de semana no final de Julho, dado o nosso gosto por bonsais, decidimos ir até Omiya, a "Vila dos Bonsais", a cerca de 30 quilómetros a norte de Tóquio, ou seja, uma hora de comboio.
Mais um exemplo do gosto por mascotes dos japoneses, aqui adequado ao contexto dos bonsais

Quando chegámos fomos logo visitar o museu dos bonsais onde, infelizmente, não pudemos tirar muitas fotografias. Este museu descreve a história dos bonsais e tradição no Japão e mostra alguns exemplares ao ar livre.

Antes de entrarmos no museu, vimos uma "árvore-múmia", ou seja, uma árvore com "ligaduras"
Vista panorâmica dos bonsais em exposição no museu

Bonsai do dia (o único que podia fotografar-se)
Esta vila é também caracterizada por dispor de uma série de "enfermarias" de bonsais. Estas são tão importantes que são representadas em mapas localizados em toda a vila e, na realidade, têm exposições de bonsais tão ou mais belas do que no próprio museu.

Mapa das "enfermarias" de Omiya

A maior parte destes bonsais estão à venda e podemos ver desde mini-árvores pouco maiores que um dedo até exemplares com décadas de existência e tamanho considerável.
O panorama típico de uma "enfermaria"

Bonsai literalmente do tamanho de um dedo
 

Bonsai grande

Wow!

"Ai que gosto tanto de Ácers!"

Um pequeno ecossistema

Quando acabámos de ver as "enfermarias" e a Sandra tinha as pernas cobertas de "altos" (também conhecidos por picadas de melga com reacção alérgica), o Gonçalo decidiu petiscar qualquer coisa. "Qualquer coisa", neste caso, foi uma bela cartilagenzinha. Passamos a explicar, fomos a uma banca de rua onde o Gonçalo, sempre gastronomicamente aventureiro, pediu três espetadas (yakitori) diferentes. Ora uma delas era de car-ti-la-gem!!! Nham nham!

Espetada de cartilagem. Que delícia...
 
Quando o Gonçalo acabou de apreciar o seu pitéu e estávamos prestes a voltar para casa, reparámos que uma multidão se dirigia algures. O que fazer? Ora é óbvio - segui-los! E lá fomos nós. O que se passou naquele dia em Omiya? Não é que a nossa sorte voltou a funcionar a nosso favor e ia decorrer um espectáculo de fogo-de-artifício. É claro que ficámos para ver. Entretanto, como sempre, havia ruas a perder de vista cheias de barraquinhas de comida, bebida e jogos tradicionais às quais, invariavelmente, não faltava clientela. Sim, no Japão, sempre que há um evento, afluem milhares de pessoas!

"Hummmmm... barraquinhas de comida!" (o Gonçalo no seu habitat)

Confecção de pitéus típicos

E, por fim, vimos um belo fogo de artifício em que, se observarem com atenção, vêem "smileys", corações e pokémons, apesar de o vídeo não ter conseguido captar o momento em todo o seu esplendor :)


Obon em Kagurazaka

Quem pensava que tínhamos abandonado o nosso Blog, desengane-se... Estamos de volta! (Infelizmente não ao Japão, mas à reportagem da nossa vivência no país do sol nascente)
 
Nos próximos posts vamos continuar a descrever as nossas aventuras. Não vão ter o detalhe de outros tempos, porque a memória não é infalível. Mas vamos a isso.

Há muitas festividades no verão japonês. Uma delas é o Obon. Este ritual dá-se entre meados de Julho e Agosto. No caso de Kagurazaka (o bairro de Tokyo onde nós vivemos), este festival dá-se em meados de Julho. O Obon é um evento Budista anual para relembrar os antepassados. Acredita-se que, anualmente, por esta data, os seus espíritos voltam à Terra para visitar os familiares. Assim, são colocadas lanternas nas fachadas para os guiar e são exibidas danças Obon (chamadas de Bon Odori). As campas são visitadas e são feitas oferendas de comida em altares caseiros e nos templos. No final deste ritual, as lanternas são colocadas a flutuar nos rios, lagos e oceano, de forma a guiar os espíritos de volta ao seu mundo.

Templo rodeado de lanternas comemorativas

Como não fazíamos a mínima ideia deste ritual, fomos surpreendidos um dia ao chegar a casa. A rua principal estava cortada e cheia de movimento. Assim, de repente, vimo-nos envolvidos, mais uma vez, na tradição japonesa, o que mostrou mais uma vantagem de mudar para um bairro mais tradicional do que Motohasunuma.

Surpresa ao chegar a casa: rua sobrelotada

Na nossa zona, especificamente, a rua principal foi fechada ao trânsito, as famílias, dos mais jovens aos mais idosos, faziam piqueniques em conjunto nos passeios, enquanto observavam paradas de dançarinos, também estes das mais variadas idades.

Piqueniques familiares nos passeios

Danças Obon

 

A juntar a isto tudo existiam iluminações e bancas de comida (como aliás já faz parte de qualquer festividade japonesa).

Nós entrámos no espírito, observámos, comemos e rimos. Só não fizemos piquenique.

Yakitori. Hmmm, tão bom!